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sábado, 9 de maio de 2015

Homens de outros planetas (2ª parte)

A semana passada, o Lua em Escorpião publicou a 1ª parte de "Homens de outros planetas", um artigo de Matthew Webb, associado da Loja Unida de Teosofistas (LUT). Nessa primeira parte, foi feita uma longa introdução, recomendando-se a sua leitura antes de prosseguir.

Avancemos para 2ª parte do texto de Matthew Webb.


Página de entrada do Blavatsky Theosophy Group


A Teosofia ensina que globos, planetas, estrelas, etc.., quer do nosso sistema solar quer para lá dele existem com o propósito de serem habitados e para a evolução.

A referência nesta citação em particular à “cadeia setenária de mundos” é simplesmente um lembrete do ensinamento fundamental da Teosofia de que cada planeta conhecido – tal como a Terra, Marte, Mercúrio, Vénus, Saturno, Júpiter, etc… é de facto um sistema setenário que consiste de sete globos, onde apenas um dos quais está no nível físico material em cada um dos casos. Isso é dizer que cada globo físico tem seis globos não físicos que existem em conexão próxima e inseparável ao seu lado para fins de evolução contínua.


No caso da cadeia terrestre, o globo D é onde nos
encontramos presentemente 


Os seres de cada planeta, sejam eles seres terrestres, marcianos, venusianos ou quaisquer, passam de globo para globo da sua cadeia planetária num processo cíclico e definido extremamente lento e gradual de desdobramento e progresso interno, ao longo de milhares de milhões de anos, passando pelos sete globos sete vezes antes que o processo em curso seja realizado.

Como no nosso caso a evolução está presentemente em ação e em curso no globo físico da nossa cadeia terrestre, a visão e perceções da humanidade terrestre estão confinadas apenas ao nível de ser físico material. Por várias razões, a evolução prossegue a diferentes ritmos nos diferentes planetas no nosso sistema. Em “A Doutrina Secreta” é dito especificamente que existe “vida em Marte” mas que está a ter lugar num dos globos não-físicos da cadeia de Marte, sendo que o globo visível físico e fisicamente visível desta cadeia está presentemente num estado de “obscurecimento” designado em Sânscrito por Pralaya e que é basicamente uma paralisia temporária e ausência de vida até que a onda de vida evolutiva de Marte passe uma vez mais para o nível físico.

Ao mesmo tempo é-nos dito que a vida está agora começando novamente no planeta físico Mercúrio depois de longas eras e éons da evolução daquela cadeia planetária terem tido lugar nos seis restantes globos.


Mercúrio

Embora a perceção e conhecimento de outros planetas por parte dos seres humanos e da vida lá presente seja limitada e confinada àquilo que conseguem ver com os próprios olhos físicos e àquilo que lhes é dito pelas descobertas da ciência - o valor da qual é extremamente limitado devido à sua abordagem grosseiramente materialista em relação a tudo – já os Adeptos iniciados e os Mestres de Sabedoria não sofrem essa restrição.

“Os grandes adeptos (os que são, naturalmente, iniciados), por bons videntes que sejam, só podem alegar o conhecimento completo da natureza e do aspeto dos planetas que pertencem ao nosso Sistema Solar…Eles sabem que os Mundos Planetários estão quase todos habitados, mas – ainda que em espírito – só podem ter acesso aos do nosso sistema; e sabem também quanto é difícil – inclusive para eles – entrar em relações completas até mesmo com os planos de consciência dentro do nosso Sistema, diferindo como diferem, dos estados de consciência possíveis no nosso Globo; tais, por exemplo, como os que existem na Cadeia de Esferas dos três planos que transcendem os da nossa Terra. Essas relações e esse conhecimento são-lhes possíveis porque aprenderam o modo de penetrar em planos de consciência fechados à perceção ordinária do homem; mas, se eles comunicassem o seu conhecimento, o mundo não ficaria mais sábio por isso, uma vez que ao homem falta a experiência de outras formas de perceção, que é o único meio capaz de permitir-lhe compreender o que lhe viessem a dizer.” [NT: A Doutrina Secreta, vol. IV, p.272]


H.P. Blavatsky


Depois desta explicação, HPB acrescenta: “Não deixa contudo, de subsistir o facto de que a maior parte dos Planetas, assim como as Estrelas situadas além do nosso Sistema são habitados, facto esse que os próprios homens de ciência admitem.”

Nesses “homens da ciência” estão incluídas personagens famosas como Laplace, Herschell e o célebre astrónomo e teosofista francês Camille Flammarion. O ponto final que iremos abordar neste breve artigo foi levantado por Flammarion no seu trabalho “Sur la pluralité des mondes habités” (“Sobre a pluralidade dos mundos habitados”) onde ele escreveu: 

“Aos olhos dos autores que escreveram sobre este assunto, a Terra é o tipo do mundo, e o homem da Terra, o tipo dos habitantes do céu. Todavia, é bem mais provável que, a natureza dos mundos sendo essencialmente variada, os meios e as condições de existência essencialmente diferentes, as forças que presidiram à criação dos seres, e as substâncias que entraram em sua constituição recíproca, essencialmente distintas, o nosso modo de existência não pode, de maneira alguma, ser considerado como aplicável aos outros globos. Os que escreveram sobre este assunto deixaram-se dominar pelas ideias terrestres e caíram no erro. [itálico nosso].


Camille Flammarion (1842-1925)


A este respeito, a Senhora Blavatsky conclui que: “parecendo completamente inútil entrar em questões detalhadas de fisiologia, etc… acerca destes hipotéticos habitantes; porque, afinal de contas, o leitor não poderia chegar senão a uma ampliação imaginária do meio ambiente que lhe é familiar…as humanidades de outros mundos diferem de nós tanto na sua organização interna como no seu tipo físico exterior.” [NT: op.cit, p.278]

Nós, seres humanos, temos a tendência de retratar tudo à nossa imagem e semelhança, embora fazer isso seja muitas vezes enganoso, para não dizer infantil.

A Teosofia sustenta portanto que existe vida e que existem seres noutros planetas e que efetivamente cada planeta e globo já foi habitado, está habitado, ou será habitada no futuro, mas é impossível para nós possuir nem que seja uma conceção parcialmente precisa ou uma ideia da vida ou seres nesses planetas, porque a nossa natureza humana limitada nos restringe a sermos capazes de “chegar senão a uma ampliação imaginária do meio ambiente que [nos] é familiar.”

Um teosofista dará pois pouca credibilidade às teorias “dos homenzinhos verdes” ou de seres extraterrestres e das suas civilizações praticamente idênticas de quase todas as formas aos seres humanos e à civilização, tal como têm alegado numerosos médiuns e clarividentes ao longo dos anos.


Foto: www.educatinghumanity.com


Quanto aos relatos cada vez mais frequentes em todo o mundo de alienígenas e OVNIs, há que olhar para os mesmos com uma combinação sadia de interesse e ceticismo até que factos e detalhes definidos e inatacáveis venham à luz, recordando que o mais importante não é uma obsessão com alienígenas e as suas supostas naves espaciais mas como a ajuda, cura e serviço à humanidade - fisicamente e com a Luz da Verdade espiritual e universal – para que a nossa raça humana não se afunde ainda mais num suicídio moral, ético, psicológico e espiritual.

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